segunda-feira, 19 de março de 2018

O que eu aprendi com o livro: “entre quatro paredes”.



Você já sonhou caindo da cama? Se sim, a sensação de medo que surge ao imaginar que de fato, você esteja caindo, faz com que acorde com coração palpitando em ritmo acelerado, e querendo sair pela boca. Está é a mesma sensação que Grace, digere dia-a-dia em uma rotina perfeita. A perfeição é realmente um prato delicioso de se degustar?

Existe mesmo uma perfeição? Que preço pagamos por ela?

O livro traz uma verdade nua e cruel embrulhada entre jantares milimetricamente calculados, em uma esposa amável, que cozinha, pinta, costura, que não é ligada à internet ou parafernálias digitais. Ela dedica a vida em prol de uma união tranquila, e o bem-estar de uma irmã que possui síndrome de down. Entre quatro paredes narra nas entrelinhas um pedido de socorro que somente quem de fato está prestando atenção é capaz de notar.

Quantas vezes você se calou pelo medo de como as suas palavras poderiam soar? Quanto abuso psicológico você suportou para não ser taxada de louca? Quantas de suas vontades suprimiu por medo de que se mais gente descobrisse, iria te julgar ao invés de te apoiar?

Quando você vai em uma festa, e repara em cada detalhe, desde a decoração ao uniforme do garçom, consegue de fato ver além do que as aparências lhe mostram? Consegue sentir a verdadeira felicidade do anfitrião? Ou nem se quer nota que tudo pode ser maquiagem para um cenário não tão poético e que possui camadas e camadas de peso emocional absurdamente letal?

A lição que esse livro me trouxe é que de fato não existe a perfeição, e que para nossa própria sobrevivência, não devemos deixar de lutar, e tão pouco de confiar que a luz ao final do túnel irá surgir, e que quando de fato ela aparecer, significa que vamos precisar pular do trem, mesmo que em movimento. Se nos sobrar alguns arranhões? 

Tudo bem, poderemos curá-los e seguir em frente, mas se continuarmos a viajar, mesmo que em uma “zona de conforto”, forjada pelo medo de encarar de fato mais que simples arranhões, então estaremos dando ao nosso opressor, o poder sobre nossas vidas, vida está que de fato já está ceifada, mesmo que continuemos a respirar.

O meu opressor pode ser um namoro abusivo, um sonho boicotado, um pai severo, um marido machista, uma amiga tóxica, uma sociedade que julga, o próprio medo. Seja qual for o seu, eu lhe convido a ler entre quatro paredes, e encontrar na força de Grace algo para continuar a buscar a sua luz ao final do túnel, e mesmo que pareça impossível, não desista da sua vida.

Resgate as suas forças e busque ajuda, mesmo que tudo estiver perfeitamente em ordem do lado de fora, enquanto a paz não vier de dentro, você jamais estará vivendo de verdade.
Defino entre quatro paredes, como um pedido de socorro. 


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